A revitalização do centro de Belo Horizonte é uma necessidade estratégica que ultrapassa o campo estético. Trata-se de um processo essencial para reequilibrar a cidade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e urbanísticos. Por décadas, essa região — que já foi símbolo de efervescência urbana — sofreu com a degradação, a perda de vitalidade comercial e o esvaziamento populacional, criando um ambiente marcado pela insegurança e pela exclusão.
Recuperar o centro é resgatar não apenas sua importância histórica e arquitetônica, mas também o direito à cidade. O coração de BH abriga verdadeiros ícones culturais, o Conjunto Arquitetônico da Praça da Liberdade, o Mercado Central, a Praça Sete, edifícios emblemáticos do art déco e do modernismo brasileiro. Preservar e restaurar esses espaços é valorizar a identidade e a memória coletiva da capital mineira.
Além do patrimônio, a revitalização tem o potencial de impulsionar a economia local. A reativação de comércios, o estímulo ao turismo e a criação de espaços públicos de lazer contribuem para uma nova dinâmica urbana. A integração entre mobilidade, segurança, habitação e serviços públicos é fundamental para atrair novos moradores e promover a convivência entre diferentes grupos sociais.
Mas revitalizar o centro não pode ser sinônimo de exclusão. Projetos responsáveis devem incorporar políticas de inclusão, oferecendo alternativas reais a populações vulneráveis, como moradores em situação de rua. O desafio é grande: garantir o equilíbrio entre requalificação urbana e justiça social, evitando processos de gentrificação que expulsam em vez de integrar.
Portanto, revitalizar o centro de Belo Horizonte é reconectar a cidade com seu passado e projetá-la para um futuro mais justo, sustentável e vibrante. Uma cidade viva começa pelo coração — e é tempo de fazer o centro pulsar novamente.